sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Polivalente dando uma de Guia de Turismo


Para os turismólogos de plantão, não se assustem! De longe queremos substituir um profissional do turismo. No entanto, morar em cidade com atrações turísticas, como temos aqui em Foz do Iguaçu, consequentemente, nos leva a desenvolver certas habilidades do profissional de turismo. É claro, vocês verão na prática, todas as gafes que cometemos nesta função. Mas o que seria de nós, pessoas polivalentes, se ao menos não tentássemos realizar esse papel não é mesmo?

               Foz do Iguaçu é uma cidade com atrações turísticas, e não uma cidade turística. Ou seja, toda vez que uma pessoa compra um pacote para visitar a terra das Cataratas e permanecer por 2 dias na região, saiba que existem tantas mais atrações que possibilitaria a permanência por pelo menos mais 15 dias. Estamos falando muito sério!

               Só na porção brasileira, por exemplo, tem gente que nunca ouviu falar do Centro de Altos Estudos da Consciência (CEAEC), um pólo de pesquisa internacional sediado no bairro Cognópolis (Cidade do Conhecimento)! Isso sem contar com as porções que compõem a região trinacional com a Ciudad Del Est (Paraguay) e Puerto Iguazu (Argentina). 

             Moramos aqui e demoramos a conhecer o Museu Bertoni, que fica às margens do rio Iguaçu do lado paraguaio. É possível chegar de barco ou via terrestre. Mas é um passeio fantástico!!
            A verdade é que essa região tem muita riqueza, tem muito conhecimento, história e diversidade multicultural. São mais de 73 etnias convivendo!! 

            Já que deu para perceber a imensidão que é a região trinacional, vamos a nossa experiência!
            Tivemos aqui duas convidadas muito especiais. A Taty Ferreira, do Canal Acidez Feminina e a Nina Farnezi, sua assessora. Nosso objetivo era no curto espaço de tempo levá-las para conhecer alguns dos inúmeros pontos lindíssimos da nossa região e lá fomos com o primeiro grande passo:

Planejamento
O planejamento do roteiro envolve alguns requisitos:
- Levantamento dos pontos turísticos;
- Saber qual o orçamento disponível para os passeios;
- Perfil dos visitantes (não adianta nada planejar compras no Paraguay se seus visitantes não gostam de compras).
E para isso é importante conversar algumas vezes com os visitantes para perguntar qual é a “praia” da galera.

Checagem das atrações disponíveis
Essa foi uma das gafes que cometemos, logo deixaremos a dica aqui para que você tenha isso em mente quando for levar alguém para conhecer sua cidade.

É importante que se verifique com antecedência se o local estará aberto, quais os horários de atendimento e se não estará interditado. É comum que se feche para reformas ou que aquela atração tenha horários específicos diferenciados. Por exemplo, o Parque das Aves fecha às 17h já que considera o descanso dos pássaros sem o trânsito de gente.

Verificar cada horário com antecedência ajuda no momento de flexibilizar o roteiro. Sim!! Roteiros não são feitos para serem engessados ou rígidos, ainda mais se a turma é exclusiva. Pode acontecer de o pessoal querer dormir um pouco mais ou se estender em determinada atração. Supernormal! Não deve ser motivo de estresse. Logo, outro item necessário para o guia polivalente é:

Flexibilidade e “No Estress”, além de habilidade de negociação. O importante é que os visitantes se sintam acolhidos e à vontade para fazer suas escolhas. Pense sempre nos visitantes! Isso vai ajudar na hora de pontuar que talvez aquela escolha prejudique o momento necessário de descanso ou a alimentação, pontos fundamentais para a viagem não virar aquele pesadelo da pessoa voltar para casa clamando pela cama e mais 3 dias em coma profundo para se recuperar do... momento de férias??

Observação
Um bom guia polivalente observa as inclinações dos visitantes. Por exemplo, se as pessoas são mais intelectualizadas e gostam de conhecimento ou se são mais agitadas e inclinadas para a aventura. Isso ajuda na prévia do roteiro a ser mostrado.

Região Trinacional
Nossa região trinacional já traz algumas pistas para os passeios. Mas um jantar na Argentina é quase que sagrado. A noite Argentina nos oferece restaurantes, lojas que ficam abertas madrugada adentro, além da feirinha que dá para fazer as compras de doces de leite, azeitonas recheadas e salames artesanais. 

Paraguay, mesmo na alta do dólar oferece também restaurantes indianos, trilhas e pontos muito diferentes e não se resume apenas aos eletrônicos, que mesmo em tempos de crise, ainda compensa atravessar a ponte da amizade para as aquisições.

Nosso passeio com a Taty e a Nina, vocês poderão conferir no vídeo que editamos com situações inusitadas, engraçadas e culturalmente ricas. Nós oferecemos a você esse pequeno momento e gostamos tanto das experiências que queremos mais! Pois a região oferece muito mais.

Tem arara psicopata, pegada nos peitos e muita água!! Afinal estamos na terra das águas!

Até o próximo vídeo gente! E se gostarem, compartilhem, e ajudem a espalhar essa felicidade!

Lorela Casella

sábado, 2 de janeiro de 2016

Comunicação Não Violenta no Canal Polivalência




No dia a dia do nosso trabalho com o Canal Polivalência, levantamos uma série de temáticas consideradas relevantes para o engrandecimento pessoal de quem nos assiste e também ideias que já aplicamos e desenvolvemos em algum momento de nossa vida, de modo que levamos em consideração um certo domínio para falarmos.

O problema é quando chegam determinados desafios que entendemos ser relevantes, tanto para nós quanto para os assinantes do nosso canal, mas ainda não temos experiência. Mas a vontade de falar sobre o assunto é tanta, que a gente acaba adentrando em novos horizontes para oferecer ideias novas, positivas e de ponta.
Esse foi o caso do vídeo Comunicação não violenta!

Há mais ou menos 2 meses atrás, discutíamos sobre fazer o vídeo "inteligência comunicativa". Achamos que poderia ampliar a visão das pessoas sobre o alcance deste traço para o indivíduo. Mas falar de inteligência comunicativa e não falar de Comunicação Não Violenta faltaria alguma coisa. Sem experiência e conhecimento no assunto, mas sabendo da existência através de um grupo no Facebook liderado por amigos, a CNV, ou comunicação não violenta era algo totalmente novo. Mas não devia ser tão difícil não é mesmo? Afinal, não seria uma vertente da comunicação?
Nãaaao! Nada haver!

Comecei a pesquisar na internet tudo sobre o assunto e me deparei com um workshop de 3 horas no Youtube com o próprio propositor da ideia, Marshal Rosenberg (vale a pena assistir).
Já no primeiro contato vi um vídeo do Marshal falando que mediou conflitos entre tribos através da CNV e que houve entendimento entre as partes, mesmo depois de um rastro de homicídios entre elas. 

Ali comecei a perceber que não era qualquer coisa, ou que era necessário estudar bem mais.
Assistia e reassistia diariamente esse vídeo até conseguir ser capaz de explicar o assunto. Mas a cada momento via que precisava me debruçar um pouco mais, considerando que o tema exige uma certa desenvoltura prática para poder falar sobre ele.

Foram 2 meses de estudo e aprofundamento para me sentir capaz de desenvolver um roteiro para um vídeo, que vocês vão poder assistir aqui.
Um método de estudo bom é escrever com minhas palavras o que estou compreendendo. Gente, sem brincadeira, eu escrevi quase um caderno inteiro com folhas avulsas, desenhos e anotações. Parecia que não teria fim meu esforço para apreender a CNV descrito por Marshal como um conhecimento: “já conhecido havia séculos. O objetivo é nos lembrar do que já sabemos”.

Depois de algumas semanas envolvida com Comunicação Não Violenta através do autodidatismo, experimentei uma noite de insônia. Apesar de vender um colchão que promete acabar com as noites interrompidas e dormir sobre um, minha mente parecia estar tão fértil naquela madrugada que eu não parava de pensar em diversas abordagens para explicar a comunicação não violenta. Meu desassossego só parou quando me rendi à inquietação e fui até o escritório para registrar no papel todas aquelas ideias. Das 3h da manhã até as 5h30 minha mão parecia se mover sozinha igual aqueles médiuns de psicografia. Escrevia intensamente considerando cada ideia com as ilustrações através de esquetes para tornar aquele conteúdo acessível a quem quer que fosse.

A Comunicação Não Violenta com seus conceitos de compaixão natural, observação dos fatos, compreensão das necessidades íntimas e alheias e expressão direta dessas necessidades estavam prontas para serem veiculados em um vídeo curto, não tão curto quanto os demais que produzimos, mas pelo tamanho da ideia, até que está bastante sintético.

Uma das observações mais impactantes que vi estudando a CNV é sobre pessoas agirem até com determinado grau de crueldade com o outro quando se sentem com razão ou quando julgam que o outro está errado. Isso é tão comum, tão comum, que basta entrar no facebook para ler comentários de pessoas desejando a morte de um político corrupto ou que um ladrão seja espancado até a morte para vermos comportamento de psicopatas em pessoas não psicopatas. Tudo fundamentado e reforçado por uma cultura de dominação sob a forma de educação.

A comunicação Não violenta é um estilo de vida que na medida em que a pessoa se compreende e compreende os demais ao seu redor através da empatia, os conflitos naturalmente passam a serem reduzidos.
O julgamento moral, ter razão e outras posturas típicas da violência são aquelas que fazem com que nossa conexão com o outro seja interrompida e o resultado dessa interrupção passará naturalmente a fomentar a violência em algum momento. Seja inicialmente na comunicação e posteriormente para as vias de fato.

Melhorar nossa comunicação e respeitar o espaço do outro me fez refletir sobre a seguinte questão: porque é tão necessário a gente querer forçar os outros a satisfazerem as nossas necessidades quando somente nós temos essa capacidade e possibilidade?

À medida que você identifica as suas necessidades, passa a não ter mais sentido se colocar na fila da espera do outro fazer esse tipo de serviço. Para isso é importante identificar quais são as suas necessidades e de modo lúcido, montar estratégias coerentes para satisfazê-las.
É comum vermos pessoas com distorções entre as estratégias e as necessidades!

Tem gente que acha que se tiver poder, ascensão e prestígio terá sua afetividade saneada. Depois que a alcança através do dinheiro ou de posição política, seja como CEO ou como político público, descobre que o vazio continua lá, pois o básico, que é dar a nós mesmos o amor que se insiste em buscar fora só pode ser conquista pessoal e ao buscar fora aquilo que só nós podemos nos dar gera implicância com o outro, cobrança e exigências.

Tudo deslocado! e receita para a infelicidade e o conflito!

A pessoa alcança com isso o afastamento dos mais propensos a quererem seu bem, resultando no oposto do que ela mesma procura. Marshall chamava esse tipo de comportamento de estratégia suicida.

Então, a CNV não é apenas um conjunto de técnicas ou um método de se comunicar bonito. Também não é a pessoa ser boazinha e satisfazer a vontade dos outros. Tem haver com se conectar com ela e com o mundo de um modo realista e humano e aproveitamos para convidar a todos compreenderem esse conjunto de ideias que pode ser a mudança de paradigma para os próximos séculos, melhorando a qualidade de vida dos humanos neste planeta.
Se você gostou deste artigo, ajude a espalhar essa felicidade e compartilhe!

* Abaixo o link do workshop de Marshall