sábado, 20 de maio de 2017

Psicoeducação para viver melhor


O termo psicoeducação é utilizado na psicologia cognitiva para descrever um movimento de recuperação de pacientes com relação à forma de lidar com suas emoções quando disfuncionais.

Estar disfuncional pode representar um sofrimento, seja na hora que enfrentamos uma dificuldade na vida, a maneira como interagimos com familiares, amigos ou relacionamentos amorosos.

O primeiro passo para fazer a psicoeducação é identificar quais são os seus pensamentos que estão lhe gerando sofrimento. A forma como pensamos tem raízes em nossa história de vida, como fomos educados, nossos sofrimentos, angústias e momentos de felicidade foram moldando a forma como hoje encaramos o viver.

Se você hoje sabe que tem um comportamento que lhe traz infelicidade e sofrimento, já parou para pensar que você pode mudar completamente a sua relação com esta situação? Vamos apresentar um exemplo: uma pessoa que durante a sua vida na infância foi sempre ridicularizada pela família ao fazer algo errado como derrubar um copo, perder dinheiro, ou deixar uma comida queimar ao esquentá-la, pois bem, esse adulto ao se deparar com erros dos outros poderá ter o pensamento automático de ridicularizar, achar que o outro é inferior, pois, ele cresceu e foi educado assim.

A mente racional que temos tem a capacidade de analisar friamente situações como a acima apresentada e corrigir os comportamentos através da reformulação de conceitos, de reforços e de realizar interpretações mais maduras do fato através da revisão de seus sistemas de julgamento.

Porque reformular conceitos?

Porque todo tipo de aprendizado que está na linha ainda imatura, tende a trazer sofrimento.

Como assim?

Uma pessoa que aprendeu ser ridicularizada, ou mesmo foi motivo de brincadeiras irônicas, piadas quanto aos seus erros, poderá absorver ao seu sistema de funcionamento que “se eu errar passarei vergonha” ou “se eu errar serei tratado como burro”, e com isso evitar situações de risco como exposição em público, coragem para realizar trabalhos, gerar fobia social, entre outras vivências que passam a significar ameaças.

A psicoeducação é a ferramenta mais útil para que o indivíduo reformule o modo como pensa e sente nos desempenhos insatisfatórios de sua vida e para isso ele precisará:

- Observar seus pensamentos automáticos diários nos momentos relacionados ao aspecto que está superando.
- Entender que os julgamentos que vem a sua mente, assim como probabilidades, são criações mentais na maioria automáticas, e a maior parte das vezes não corresponde precisamente a realidade.
- Fixar-se ao momento presente. Ao dar corda à imaginação, perdemos contato com os momentos reais, as interações reais, e agimos baseados nos medos, culpas do passado, receios do futuro.
- Parar de reforçar comportamentos e pensamentos disfuncionais, ou seja, tudo o que você já sabe que não lhe serve em termos de pensamentos nocivos a você, devem ser ignorados (quando digo ignorados é porque eles virão a mente, mas só irão crescer se você os alimentar).
- A todo enfrentamento de situações difíceis, continue respirando normalmente, buscando se adaptar a situação nova para você. Mantenha a sua mente aberta para captar posturas e ações que está acertando.
- Pense que toda ação nova precisa de tempo para assentar. Não alimente a ilusão que irá mudar radicalmente da noite para o dia. É um trabalho constante, mas que pode ser gratificante à medida que você entende porque está mudando comportamentos e ações.

A psicoeducação é uma reformulação da sua mentalidade e também acompanhada das suas emoções. Quanto mais funcionais estamos ao nos psicoeducar, isso indica que temos maiores condições de atender às nossas necessidades. O atendimento às nossas necessidas parece ser algo fácil, mas na verdade não é! Muitas das vezes por não conseguir atender nossas necessidades direcionamos nossos pensamentos e ações para aspectos disfuncionais seja na alimentação, no modo como gastamos nosso dinheiro, no nosso estilo de vida etc.

Voltando ao exemplo da pessoa que aprendeu a ser punida quando errava, ela pode desenvolver em seu trabalho uma postura de não se arriscar, não exercer trabalhos de liderança e esta frustração poderá dar vazão a comportamentos compulsivos de nervosismo, ansiedade, predispondo a diversos distúrbios.

A psicoeducação é algo acessível a todos! Por isso não perca tempo, implemente em sua vida a tão desejada mudança para melhor. A saúde emocional, mental e física são prioridades para todos, pois é através dela que vivemos a felicidade!

Conte comigo nesta mudança, um grande abraço!

Marcio Aoki
Psicólogo – CRP 08/24235