Marshal
Rosenberg o propositor da Comunicação não violenta dizia que se você fizer um
criminoso se odiar pelo crime que cometeu a chance dele vir a continuar cometendo
o mesmo crime é muito grande. Diferente do que a maioria das pessoas considera
se culpar não é a melhor atitude para deixar de errar. Na verdade, quando nos
culpamos, consideramos que já “pagamos” pelo nosso erro devido ao sofrimento
que sentimos e nunca consideraremos investigar as causas dos nossos erros e
mais ainda mudar esses comportamentos responsáveis pelos erros.
A culpa é
ainda um comportamento reforçado pela sociedade. Quando se vê alguém se
culpando, as pessoas sentem certo alívio, como se a pessoa estivesse, através
da penitência, reconhecendo e se arrependendo. Aliás, culpa não tem nada haver
com arrependimento, mas com autopunição. É ainda um ato típico da criança, que
se mostra arrependida para não sofrer as punições dos pais.
O problema é
quando chegamos à fase adulta com esse comportamento ainda infantil.
Continuaremos não compreendendo porque nossos relacionamentos nunca dão certo e
porque determinadas situações sempre se repetem conosco e vem aquela famosa
frase: “isso sempre acontece comigo!”. Se alguma coisa sempre acontece com
você, você escolheu aquele caminho. Ao assumir a responsabilidade pelas coisas
que acontecem com você, eu disse responsabilidade e não culpa hein!! Você pode
investigar porque costuma escolher determinados caminhos, atitudes e ações e
verificar como essas atitudes se voltam a você e de qual modo.
A boa notícia
é que só você pode mudar a causa dos seus problemas pessoais. Ou seja, culpar
os outros, posso garantir, não vai mudar a página da sua história pessoal.
Apontar para fora é um dos comportamentos mais instintivos para se evitar o
sofrimento. E é uma estratégia usada, abusada e reforçada por aqueles que
costumam gostar de manipular as pessoas. Não faça isso com os outros e não
deixem fazer isso com você, abra o olho! Deixar outra pessoa inculcar culpa a
você, também é falta de se responsabilizar pelos seus atos, sentimentos e
necessidades.
Mas admitir as
falhas pessoais, não deveria conferir sofrimento. Afinal, perfeição não existe
na humanidade. Se você achava isso, estou avisando, isso só existe na fantasia!
Bem vindo a imperfeitolândia! Ao assumir as responsabilidades pelos seus erros,
basta pendurar no pescoço uma placa de “Estamos em reforma para melhor servi-lo”
e siga feliz o seu caminho.
Uma sugestão
de Marshal Rosenberg (que eu amei e venho implementando em minha vida) foi:
para começarmos a nos responsabilizar pelos nossos sentimento dizendo a
seguinte frase – Sinto...porque eu... e ao completar a frase, assumir a
responsabilidade pelo que sente. Por exemplo:
Sinto raiva (sentimento)
pelos erros ortográficos porque quero passar uma imagem de profissionalismo
(necessidade pessoal).
Ao invés de
Tenho raiva
porque você escreveu a carta com erros ortográficos.
E se você
acredita que culpar os outros é o que faz as pessoas mudarem, tenho que te
informar uma coisa: ninguém é capaz de fazer mudanças no lugar da outra pessoa.
Tem coisas que só a pessoa pode fazer por ela, tipo fazer xixi :)
Podemos
quebrar o ciclo vicioso da culpa sem sofrimento. Assumir a responsabilidade
pelas escolhas, sentimentos e atitudes pode ser vivido de modo leve e feliz.
Aliás, infeliz é quem sempre aponta o dedo para fora, afinal, o sofrimento é
infinito, pois não mudamos o que está fora. Só o que está dentro.
Se você gostou
desse texto, assista ao nosso vídeo e compartilhe, e ajude a espalhar essa
felicidade!
Lorela Casella