Já reparou o
quanto nos colocamos em situações drenadoras da nossa energia e força de
vontade? Porque isso acontece? E nem nos damos conta que a vida está um turbilhão de emoções tão grandes e
variadas que não conseguimos dar nomes a todas elas?
Situações que nos fazem ter
turbulência emocional podem gerar um aprisionamento mental em situações do
trabalho, com a família, no relacionamento ou em uma situação de extremo risco
de vida ou de sua integridade.
Marshall
Rosenberg dizia que duas pessoas podem passar pela mesma situação crítica e até
sofrer violência, porém, cada uma delas decidirá se sofrerá ou não com aquela
vivência, conferindo a cada um a responsabilidade pelo modo de ver e encarar a
vida. Depois desta afirmação, ele mostra o exemplo de casos de mulheres que
foram estupradas em Uganda sendo que uma resolveu montar uma ONG de acolhimento
às mulheres que sofrem este tipo de abuso com orientações para esclarecer a
população de como procurar evitar situações de risco.
Seguindo
essa linha de raciocínio, o modo como enxergamos o mundo pode sim nos
aprisionar em sofrimentos longos e culminar em ansiedade, depressão e até
crises de pânico. Uma dessas posturas é o de autoexigência. Muitos entenderiam
a autoexigência como positiva. Tem gente até que fala com certo orgulho o
quanto perfeccionista é. No entanto, ao exigir ou colocar determinada carga excessiva
sobre projetos, resolução de problemas e exigências nos relacionamentos,
estamos com isso escolhendo o caminho da frustração.
Ninguém
obtém resultados satisfatórios com tanta exigência. Ou até pode conquistar
determinados resultados com certo grau de imposição. Mas e depois? Deu satisfação
ou saiu desgastado do processo? Vale a pena se questionar se o que vale mais é
o resultado ou o processo. Muitos correm atrás do fim, não se importando se
sobreviverão no meio.
Pela
lógica do raciocínio humano, se eu não me importo em me cobrar, porque me importaria
em cobrar o outro? E é aí que a cobrança sai do universo íntimo para o universo
externo. Saio por aí cobrando aqueles que eu quero que se comportem do modo que
imaginei para que o resultado do “meu” projeto saísse do jeitinho que imaginei.
Como ninguém manda em ninguém e a vontade nossa não é capaz de sobrepujar a
vontade das pessoas, é esperado que as pessoas não atendam as expectativas
alheias e o resultado mais óbvio a ser obtido é o de decepção. Não que o outro
o decepcione, mas você armou uma arapuca para você mesmo e se prendeu na
decepção.
Com isso
o que desejamos a todos é que perdoem, não porque o outro fez algum mal a você,
mas porque você achava que o outro deveria fazer o que você queria. Ame e
perdoe. Ame a liberdade que o outro tem de ser o que ele quiser ser. Ame o fato
do outro pensar diferente de você e tire dos ombros esse peso que você colocou
sobre você, sobre a situação e sobre a outra pessoa. E se você percebeu que fez
demasiada cobrança mental sobre a outra pessoa, a perdoe. Libere a pessoa! Faça
a anistia! E com isso se liberte! Cada pessoa que você liberta dos seus
aprisionamentos, é uma vitória para a sua paz pessoal! Pense nisto!
Estávamos
preparando esse tema sobre perdão e ficamos sabendo sobre o lançamento do livro
Perdão, escrito pela autora Vera Tanuri, editora Editares. Aproveitamos a
oportunidade e fomos conferir com a autora, em primeira mão, qual a abordagem
que ela traz no desenvolvimento do trabalho com o livro. E ao perguntar sobre a
importância do perdão na vida das pessoas, veja o que Vera nos disse:
“O perdão traz benefícios à pessoa
já que renova os seus pensamentos e sentimentos ao desdramatizar situações
pretéritas. Ao perdoar e se libertar de situações de mágoas, sente-se apto a
assistir o outro que cometeu algum ato ofensivo ou se omitiu em determinada
situação na qual tinha que ter agido”.
E ao questionar sobre as pessoas
que sentem dificuldade de exercitar o perdão, Vera explicou: “Quando não consegue
perdoar, a pessoa fica presa a situações pretéritas, sentindo-se, muitas vezes,
injustiçada, ofendida, frustrada, pois espera atitudes alheias que não
aconteceram. É a autovitimização aprisionante. Cabe a pessoa a decisão pessoal
de permitir que a dor se prolongue no tempo ou não”.
Finalizando, questionamos se
existe alguma técnica para ajudar a pessoa perdoar as outras pessoas e para
Vera: “Quanto às técnicas, em meu livro relato algumas que me permitiram
empregar o perdão nas relações de convívio, mas penso que elas são pessoais e
que não existe uma fórmula pronta para todas as pessoas.”
Vera aproveita e convida aos
interessados para presenciarem o lançamento de seu livro que acontecerá no
Hotel Mabu Interludium, em Foz do Iguaçu, no dia 13 de fevereiro, às 19h!
E um
último lembrete do Canal Polivalência para você: mesmo sem usar os “óculos cor
de rosa” é possível alcançar uma visão otimista da vida!
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Lorela Casella e Márcio Aoki
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