Olá pessoal,
Hoje nós conhecemos
a carta de Mark Manson através do compartilhamento da Bel Pesce e inicialmente,
até compartilhei a mensagem. Vi que rapidamente, vários amigos brasileiros
estavam lá compartilhando no afã de salvar o nosso país de...nós mesmos???
Ao ler a carta
parecíamos os nativos da Terra de Santa Cruz e de Vera Cruz trocando nosso
terreno por espelhos, escovas de cabelos e outros escambos trazidos pelos
portugueses. Parecíamos novamente achar o que vinha de fora era mais
interessante, afinal, veio de fora!
Mas, apesar da
crítica até ter certa ressonância devido a alguns fatos, esses não são
desconhecidos por nós, até mesmo por esse motivo que o brasileiro está mais
atuante e mais protagonista do que passivo, não mais assistindo a tudo de modo
alienado como fazíamos algum tempo atrás.
Não! Nós já
somos capazes de perceber o retorno das ações corruptas, que ao final, deverão
ser pagas por nós mesmos. Nós temos exemplo de pessoas que dia e noite vem se
dedicando para descosturar a teia centenária de corrupção colocando pessoas
físicas, jurídicas e políticas na cadeia. Nós já somos capazes de ter vozes que
gritam nas ruas não querendo mais servir de burro de carga de um estado corrupto.
Mas o que
incomoda na carta escrita pelo Mark Manson, não é a crítica em si, mas a
generalização. Quando a gente lê a carta dá a principal impressão de que o
brasileiro é corrupto. TODOS! Sem exceção! Inclusive quando personalidades
públicas compartilham para “abrir os olhos do brasileiro”, pensamos: veja o
nível de descontentamento no qual chegamos!
A
generalização vem acompanhada de várias comparações. Você-brasileiro; eu-americano.
Você-corrupto-vaidoso; Eu e minha cultura sem essas características. E na prática
essa crítica fica frágil devido a alguns fatos.
Vaidade não é
exclusividade de um povo, mas da natureza humana. Crimes não são exclusividade
brasileira, basta assistir aos documentários americanos do Canal Id
Investigação que veremos centenas de exemplos de seres humanos, no caso, norte
americanos, matando outros por dinheiro, vaidade, poder.
Falar que os
países desenvolvidos são prósperos e o Brasil não, também não pode ser
sustentado por fatos. Vimos desastres tal qual o holocausto acontecendo na Alemanha
nazista (e com o consentimento de seu povo), no fascismo Italiano e nas modernas
máfias italianas, (Roberto Saviano que o diga), nas crises econômicas da Europa,
nos projetos socialistas espalhados no mundo sobre um rastro de sangue da vida
humana. Não há muito tempo atrás vimos uma das crises que abalou o sistema
econômico capitalista dos EUA com a bolha imobiliária. Cada crise nesses países
levou a reflexões e mudanças de posturas. Mas tem sempre um ser humano que terá
necessidade de romper com o bem comum, e isso não é exclusivismo brasileiro.
Perdoe-nos
Mark! Mas suas argumentações são bastante superficiais e se baseia no velho
método da culpa e vergonha, artimanhas de manipulação usadas contra pessoas,
que acontecem tanto no meu país, e pelo visto, você também sofre desta mesma
cultura, que é achar que se ajuda o outro através destes métodos.
Esses métodos
são a linguagem da violência, e na verdade não ajuda em nada. Sugerimos o vídeo
Comunicação Não Violenta para auxiliar nesta reflexão.
Outra sugestão
é a leitura de um americano crítico de sua cultura, o lingüista Noam Chomsky
que há anos denuncia a cultura do armamentismo americano e da indústria bélica
instaurada em sua política e apoiada pelos cidadãos “de bem” que concordam em
bombardear países sob o pretexto da segurança nacional, quando na verdade é
aquele “altruísmo” que você cita que nós brasileiros também temos.
Sabemos que a
crise que o Brasil entrou não deverá melhorar tão cedo, ainda mais quando
percebemos a escassez de representatividade que nosso povo merece. No entanto
continuaremos agindo e lutando por um Brasil próspero. Novato na democracia,
mas cheio de gás para renovar, nem que tenha que cortar na carne, nem que sobre
apenas um político honesto para nos representar, nem que tudo precise ser
descontruído para construir novamente. Temos essa coragem de enfrentar, de ir às
ruas para protestar e de mudar o modo de pensar fazendo o necessário
autoenfrentamento.
Pensei algumas
vezes em me mudar deste país, e quando comecei a pensar mais de perto vi que
todos os países tem seus problemas internos. Iria para os EUA? Não saber se a
torre que estou trabalhando será alvo de algum “terrorista” vingador; Itália? Ao
invés de pagar impostos ao governo, pagaria também uma taxa de proteção para a
máfia? É Mark, de perto de perto nenhum país é muito normal, não é mesmo?
Não existe uma
forma justa de comparar a cultura de um país com outro dizendo que é melhor, pois países que tem em suas histórias
recentes guerras, atentados, e ações do governo que vão contra outras nações
mascarando diversas intenções questionáveis, não estão com moral para servir de
exemplo. Não fugindo do assunto não me vem a cabeça outro país além do EUA que
lançou bombas atômicas contra outras nações, nem que fez menos guerras, é a
maior escola de terroristas do mundo.
Se existe um
sistema que a carta traz e não funciona é o de “sermão” algo que em todas as
culturas já é praticado e se funcionasse nosso planeta estaria em outro
patamar.
Mark,
compartilho com você o sentimento de impotência de por vezes tentar ver um
futuro melhor para a nação onde as crianças de hoje estão chegando e sabemos
que é preocupante. Porém, não vamos perder o otimismo, e vamos buscar inovar,
fazer a nossa parte, pouco-a-pouco, separando as coisas e não fazendo miscelâneas
que mais nos confundem. Tratemos dos problemas em partes com as medidas certas
para cada questão.
Márcio Aoki e Lorela Casella
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir