Um dos temas mais complexos e
debatidos dos últimos dois séculos é a importância do papel do líder em
corporações, administração pública e até a liderança familiar. O contrário da
liderança é anomia, ou ausência da mesma. Qualquer grupo sem liderança ou na anomia sabe
o caos que fica a vida. Nós brasileiros no atual cenário político é que sabemos,
não é mesmo?
O
líder é aquele que aponta uma direção para o grupo, contemplando as
necessidades do mesmo. Essa direção vai seguir a lógica do líder e por esse
motivo tem sido tão importante conhecer de perto o assunto da liderança.
Outro
dia navegando pela internet, me deparei com a frase que dizia mais ou menos
isso: a história é na verdade a história dos líderes.
Assistindo
ao filme The Big Short (A Grande Aposta) baseado em fatos reais, sobre a maior
crise financeira dos EUA, analisamos um dos personagens ali retratados e seus
comportamentos. O analista financeiro Michael Burry que através de uma
observação técnica e bem feita, teve sua influência em novos procedimentos
bancários desde 2008, quando os EUA sofreram a crise da bolha imobiliária.
Claro
que esse debate é polêmico e gera uma série de outras questões éticas, no
entanto, essas características que observamos nessa personalidade de nossa
história recente, pode ser encontrada em outros líderes que fizeram a diferença
na história do nosso planeta e quisemos colocar uma luz sobre essas
características.
Michael Burry se diferenciou pela extremada
dedicação em sua área. Cada líder vai apresentar excelência de acordo com suas
especialidades e traços de personalidade que o movem para o próprio
desenvolvimento. Características pessoais, temperamento entre outras habilidades
vão compor o perfil de liderança individual. Por esse motivo achamos difícil
sair por aí dando receitas de bolo de “como virar um líder em algumas lições”.
Cada um precisa se conhecer e conhecer suas características para assumir o tipo
de liderança. O analista apresentava suas características na análise
econômica-financeira. É personalidade dotada de uma série de traços que
deixariam qualquer palestrante de liderança torcendo o nariz já que não
dispunha de habilidades sociais bem desenvolvidas. Aliás, ele se define por ser
anti-social mesmo.
Fechado
em sua sala por horas a fio, sem muito contato com outras pessoas, o que também
nos chama a atenção, é sua obstinação e determinação. No momento que desconfiou
que havia uma tendência para a quebra de uma das maiores economias do nosso
mundo capitalista, foi investigar e estudar com afinco, confirmando suas
suspeitas com bases racionais assistindo
sua previsão confirmada pouco tempo depois.
Quantos
líderes são assim, antipáticos, não tem boas habilidades sociais, zero empatia,
e mesmo assim, tem gente que continua colaborando com os projetos e as direções
que eles apontam. É caso para analisar.
Por
favor, nós não defendemos que o líder seja carrasco ou nada parecido hein! Nada
disso! Mas temos que admitir. A liderança não está nas habilidades sociais do
líder, mas sim na sua capacidade em lidar com os dados de sua área, pensar
grande e pensar no futuro de modo inovador e inclusivo, que quebra os
paradigmas e que muda o rumo da história em determinada área. Qualquer pessoa
ao ver um líder inovador sabe que ficar por perto dele vai agregar valor a si
mesmo e se desenvolver contribuindo para algo importante, mesmo suportando
muitas vezes o lado da convivência mais difícil.
O paradoxo
dessa história é que o líder, ao pensar grande, acaba incluindo milhares de
pessoas que serão beneficiadas com mudanças de paradigmas e inovações positivas
para o mundo. O líder com visão curta, ou fixado no próprio ego, pensa no
imediato, no seu ganho, na sua empresa, nas suas metas e dificilmente consegue
ser com isso irresistível. Irresistíveis são as idéias que torna a
irresistibilidade do líder gerando disponibilidade espontânea das pessoas ao
redor e essa irresistibilidade está baseada na intenção, menos centrada em si,
menos egóica e mais ampla: A teoria dos jogos de John Nash, os filmes de
Charles Chaplin, a invenção da vacina de Edward Jenner, entre outros feitos que
servem de exemplo.
O
ser humano, desde sua infância tem necessidade de se sentir útil. Quando vê que
seu papel na empresa, na família ou em qualquer local que atue não está fazendo
qualquer diferença, a tendência é se desmotivar. Agora veja como muda o estado
geral de uma pessoa quando ela sabe que está se dedicando a um projeto de
proporções futuras grandes e de impacto positivo no mundo. Mesmo que ela seja
apenas uma das polias de uma engrenagem, ela se sente libertadora e útil. Vai
explicar isso para as empresas que gastam muito dinheiro com palestras
motivacionais aos seus funcionários.
O
líder é justamente essa figura capaz de despertar no outro esse interesse e
para isso sua atuação não pode ser ligada ao seu ego, ao seu salário no fim do
mês ou a qualquer ganho imediato que ele almeja visando apenas sua ideologia
pessoal. Existem até mesmo presidentes com esse perfil. São os ditadores
interessados em dizimar quem não concorda com suas idéias centradas – nele mesmo!
É necessário que ele pense grande, que inclua positivamente o maior número de
pessoas e de preferência que direcione as equipes para o novo, para o melhor e
para a quebra de paradigmas. Para isso é preciso dedicação. Afinal, ninguém tem
uma super ideia da noite para o dia. Mas se dedica em ampliar seus horizontes
se qualificando cada vez mais e procurando pela ideia original, o ponto diferenciado
de suas ações, aquilo que ninguém viu ainda. Ideias inclusivas atraem as
pessoas, pense nisto!
Aproveite
e veja nosso vídeo sobre a irresistibilidade do líder no nosso canal. E se você
gostou desse texto, compartilhe, e ajude a espalhar essa felicidade ;)!
Márcio Aoki e Lorela Casella
Márcio Aoki e Lorela Casella
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